Em uma pesquisa com 4 mil funcionários, realizada pela Bupa em fevereiro de 2021, 26% dos trabalhadores disseram ter sofrido bullying nos últimos três anos – um aumento de 12 pontos percentuais em comparação com o número de casos relatados nos três anos até 2019 (14%). Este número foi ainda maior em certos setores, com 33% dos empregados no varejo, 30% no transporte e 29% nos setores de educação relatando ter sofrido bullying no trabalho.

A pesquisa retrata que fatores como ambiguidade de papéis e mudanças nos níveis de trabalho – causados por organizações sendo forçadas a se adaptar às regulamentações pandêmicas – poderiam estar colocando os funcionários sob pressão, levando a um aumento do bullying.

A falta de clareza sobre a quem recorrer quando não há um espaço físico de escritório também poderia permitir que casos de bullying voassem por baixo do radar, destacou o estudo. E um maior isolamento causado pelo trabalho remoto poderia levar à exclusão – intencionalmente ou não – já que reuniões em vídeo ou mensagens instantâneas podem ocorrer apenas entre determinados grupos.

As mudanças na maneira como as pessoas trabalham criaram dinâmicas sociais cada vez mais complexas, gerando mais oportunidades de má comunicação, má interpretação e isolamento entre os funcionários.

Além de um aumento no bullying, a pesquisa também encontrou que mais de um quarto (28%) dos pesquisados haviam sofrido pessoalmente discriminação no trabalho, aumentando para 35% entre as mulheres e 40% entre os funcionários deficientes.

Apesar do impacto geralmente positivo da pandemia no trabalho devido à comodidade do home office, o estudo também constatou que 61% dos trabalhadores sentiram que a crise da Covid tinha tido um impacto negativo em seu bem-estar. Isto aumentou para 70% entre os mais jovens, entre 18 e 24 anos de idade.

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